Gostaria de instalar sua empresa no 8º Distrito Industrial? Acesse o link abaixo e preencha o formulário!
Lançamento de “Outras Vozes” ocorre na noite de sábado no Jahu Clube no festival promovido pela Prefeitura de Jahu
A Prefeitura de Jahu, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, programou para a noite de sábado (24/10) o lançamento do livro “Outras Vozes”, de Plínio Camillo, dentro da programação do Festival Literário Hilda Hilst. O evento será às 20h na sede central do Jahu Clube. O festival teve início no último domingo e se estende até o dia 31, quando será finalizado o Concurso Literário.
No livro a ser lançado neste sábado, o autor dá voz aos negros escravizados, misturando ficção e fatos históricos em contos sobre a escravidão brasileira. São 33 contos que dão ao negro do período escravocrata uma voz dissonante, situando-o como protagonista, ora o oprimido, ora o opressor. Temas sobre os quais pouco se fala na historiografia oficial, como a inúmera presença de negros muçulmanos na Bahia, são tratados de forma bastante original.
Gerente da Secretaria de Cultura, Jeferson Miranda, fala sobre a publicação da 11 Editora, editora jauense alternativa focada em pequenas tiragens. “É um livro interessante que traz contos, crônicas e relatos envolvendo a história do negro no Brasil. É ficção com fundo histórico”. Ele convida a comunidade negra de Jaú para comparecer ao Jahu Clube e conhecer esse livro e o próprio autor, que vem de São Paulo para o evento.
Em narrativas que muitas vezes flertam com a sonoridade do poema, Camillo transporta o leitor para variados cenários e enredos, desde a vinda nos navios negreiros e o trabalho nas fazendas, passando pelos “negros de estimação”, até os alforriados que trabalhavam nas cidades.
Zulmira, que teve os seus filhos vendidos, Ifigênia, a cozinheira desdentada, João Criolo, o escravo faiscador, Antônio, o negro alforriado são alguns dos personagens do livro, que traz também contos inspirados em fatos reais da história brasileira, como o que relata o flagelo do alufá Bilal Licutan, um dos líderes da Revolta dos malês de 1835, condenado a 24 dias de açoites.
O autor conta que pesquisou por cerca de vinte anos, livros e documentos sobre a escravidão. Segundo ele, encontrou muitos textos importantes, mas nenhum deles trazia o negro como protagonista de sua própria história. “Era apenas a imagem estereotipada do vitimizado em busca de liberdade”.
Há quatro anos, começou a rascunhar as primeiras histórias, mas não se agradou com os resultados. Em 2013, escreveu “Minha Lorinha”, texto que mostra relação de apego de uma escrava e sua senhora. Foi aí que encontrou a voz que buscava para os contos que se seguiram. “Dei personalidade, outras facetas, outros olhares, outras vozes, para levar aos leitores boas histórias”, revela Plínio Camillo.
Plínio Camillo nasceu em Ribeirão Preto em 1960, reside em São Paulo desde 1984, tendo vivido em Campinas entre 1998 a 2001. Ator, educador social, atuou com crianças e adolescentes de rua e hoje trabalha na área de comunicação de uma empresa estatal. Publicou seu primeiro livro “O Namorado do Papai Ronca” em 2012, selecionado pelo Concurso de Apoio a Projetos de Primeira Publicação de Livro no Estado de São Paulo do ano de 2011 (ProAC Edital nº 32/2011), e lançado pela Prólogo Selo Editoria em parceria com o Instituto Cultural Mundomundano, chamando a atenção pela inovação na linguagem, apropriando-se do modo de expressão usual nas redes sociais.
Em 2014, publicou, pela Editora Kazuá, a coletânea de contos “Coração Peludo” que descreve situações marcantes em formas curtas. O protagonista compartilha com o leitor momentos diversos e decisivos da sua experiência de vida, tão surpreendente quanto a linguagem do escritor. Em poucas, mas certeiras palavras, dá o tom das circunstâncias, descreve personagens e conclui as passagens que seu narrador escolhe para relatar.
Serviço
Lançamento do livro “Outras Vozes”
Dia: sábado, 24/10, 20h
Local: Jahu Clube (Rua Amaral Gurgel, 298 – Centro)
Editora: 11Editora (www.11editora.com.br) - 14 3032-2513